Pesquisas

Políticas de Currículo e Alfabetização: Negociações para além de um pacto.

Esse estudo se desdobra de uma trajetória de pesquisa que tem se dedicado a investigar o processo de produção da política curricular a partir das tensões/negociações entre as demandas locais, próprias de cada escola e as questões globais – da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro. Observou-se movimento que tem tido força nas decisões/ações nesse contexto:- o envolvimento com Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC. Argumento que essa política de formação se dá também como política curricular uma vez que tem, numa articulação muito própria, cria demandas para produção curricular cotidiana nos anos iniciais do ensino fundamental. Assim, o foco do estudo é a análise do PNAIC não como política de formação de professores apenas, mas também como estratégia de produção curricular. Põem-se em destaque as imbricações entre formação de professores e políticas curriculares, temática que se apresenta como atrelada, mas muitas vezes em relações casuísticas. Argumenta-se que o deslocamento/deslizamento de significantes como formação, currículo, qualidade, direito e conhecimento se articulam na produção de um discurso que significa o investimento na formação de professores como instituintes de políticas curriculares. Sendo assim, com base nas teorizações de Laclau, Derrida e Bhabha, se propõe a investigação acerca da produtividade dessa articulações, defendendo que essas se constituem na ambivalência discursiva que torna o político possível. Para tanto, se opta como estratégia metodológica a análise dos documentos do Pacto (proposta, cadernos de formação, etc) e entrevistas com os sujeitos envolvidos (coordenadores, professores, orientadores), a partir das ações desenvolvidas no Estado do Rio de Janeiro à luz dos referenciais citados, ou seja, numa perspectiva discursiva. Busca-se discutir como uma concepção de currículo vai se desdobrando das premissas defendidas pelo Pacto: se observa a ênfase numa dimensão que valoriza a organização e planejamento do conhecimento e ensino. Ao problematizar a ideia dessa centralidade, argumenta-se que se incorre no risco de polarizações que esvaziam a tarefa política de recuperar outros sentidos possíveis para o fazer curricular, defendendo a necessidade de pensa-lo como entre-lugar de enunciação cultural. Esse estudo, portanto, se insere nos debates sobre o estabelecimento de base comum nacional curricular, no caso em foco, o delineamento de um currículo nacional para a alfabetização, a partir da injunção de significantes que a pesquisa se propõe analisar e que se articulam com questões mais amplas postas nessa discussão e que tem como ponto comum a articulação entre qualidade e direito, significada a partir da ideia de acesso ao conhecimento, assim a defesa que se desdobra desses documentos é do direito à aprendizagem. Os argumentos a serem desenvolvidos a partir dessa investigação se direcionam a problematizar esse sentido a partir da defesa de outro direito: o direito à formação.


Período: 2015 a 2018

Coordenador(es): Rita de Cássia Frangella

Equipe: Ana Paula Pereira Marques De Carvalho ● Bonnie Axer ● Cristiane Gomes de Oliveira ● Danielle Gomes Rodrigues ● Jade Juliane Dias Mota ● Maria Clara de Lima Santiago Camões ● Phelipe Florez Rodrigues ● Roberta Sales Lacê Rosário ● Rosalva De Cássia Rita Drummond ● Thaiane Lima de Oliveira ●

Outros financiamentos: FAPERJ - Jovem Cientista do Nosso Estado - 2012-2015 CNPq - Ciências Humanas e Sociais - 2012-2014 UERJ - Prociencia - 2012-2015 UERJ/IC - 2013-2015 FAPERJ/IC - 2014
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